Thursday, February 01, 2007

EU ACREDITO NO MOVIMENTO ESCOTEIRO...

EU ACREDITO NO MOVIMENTO ESCOTEIRO...



Mas afinal, o que estamos comemorando?



Há 100 anos atrás um senhor viu um sonho nascer, sem nem mesmo ter se dado conta do que ele havia plantado. E assim surgiu o Escotismo: um movimento de jovens, para jovens, com a colaboração de adultos. Diante disso eu me pergunto:

Onde estão os nossos jovens? Quais suas ambições, seus sonhos, seus desafios?

Quem são nossos adultos? Estão eles preparados para serem ‘guias’ – e não condutores – dos sonhos e desafios dos nossos jovens? Têm eles a coragem e a disposição necessárias para isso? Ou eles estão fazendo do Movimento mais um ambiente de controle dos nossos jovens decidindo, a todo o momento, o que e quanto os jovens farão de diferente para que dê a impressão de que as escolhas são deles e não dos seus ‘chefes’?



Um mundo, uma promessa! Essa frase me arrepia toda vez que a leio, ouço ou escrevo. É algo de profundidade incrível, que poucos conseguem compreender. Convido todos a fazerem uma viagem comigo: aperte os cintos.



Um mundo: injusto, desigual; rico e pobre, seco e inundado, obeso e desnutrido, doente e sadio, feliz e em pânico, livre e ameaçado, de paz e de várias guerras. Mas é só UM MUNDO.

Uma promessa. “... fazer o melhor possível, para cumprir meus deveres para com Deus e minha pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e seguir as leis escoteiras.”



Um mundo onde existem vários de nós, escoteiros, pessoas que em algum momento de suas vidas (crianças, jovens ou já adultos), fizeram Uma promessa. Apenas essa frase, esta única frase traduz a nossa fraternidade, mas nesse MUNDO (descrito acima) estamos cumprindo com a nossa promessa? Estamos mesmo?

Quando fazemos o melhor possível para cumprir com os nossos deveres – do dever de casa aos deveres de cidadão; não estamos nós dando um ‘jeitinho brasileiro’ em tudo?

Quando fazemos o melhor possível para cumprir com os nossos deveres para com Deus – seja qual for a crença; será que não lembramos Dele somente na hora de pedir coisas para nós mesmos?

Quando fazemos o melhor possível para cumprir com os nossos deveres para com os outros ou a nossa pátria – a não ser torcer pelo Brasil nas competições esportivas?

Quando fazemos o melhor possível para ajudar o próximo em toda e qualquer situação – não apenas quando você tem compaixão de um miserável que pede comida na sua casa e você sem nenhum sacrifício e desconforto oferece a ele a sobra do almoço e ainda se acha a pessoa mais caridosa.

Quando fazemos o melhor possível para seguir as leis escoteiras, ou seja, praticar aquilo que nos identifica como escoteiros, pois o escoteiro....



... tem uma só palavra: sua honra vale mais do que a sua própria vida.

... é leal.

... está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.

... é amigos de todos e irmão dos demais escoteiros.

... é cortês.

... é amigo das plantas e dos animais.

... é obediente e disciplinado.

... é alegre e sorri nas dificuldades.

... é econômico e respeita o bem alheio.

... é limpo de corpo e alma.



Será que nós só somos escoteiros quando estamos na sede do grupo ou usando o traje (uniforme)?



E diante disso tudo, o que estamos fazendo para que nossos jovens vivam isso e que se comprometeram – UMA PROMESSA, no tempo deles, com os sonhos deles, com as limitações deles, no espaço deles – UM MUNDO?



É muito bonito... é muito poético, mas isso é real?

Se não é o que nos falta? O que faremos? Qual a saída – ou o recomeço?



Não ouso responder, mas fico com a resposta de BP que muito sabiamente soube ocupar o seu lugar diante dos jovens escoteiros que formavam um movimento que crescia diante dos seus olhos.

“Pergunte aos jovens.”



Pryscila Araújo

Escoteira do RN

12.01.07